Se há 30 anos se falasse em cirurgias auxiliadas por robôs, provavelmente imaginaríamos um cenário parecido com “Os Jetsons”, desenho animado famoso nos anos 80, onde os personagens viviam em uma realidade que seria o futuro da humanidade, com carros voadores, eletrodomésticos e de entretenimento ultramodernos, assistentes virtuais, trabalhos automatizados e robôs auxiliando em todo tipo de tarefas.
E não é que esse futuro ‘imaginário’ de fato chegou aos dias de hoje, salvo algumas poucas exceções. Nos últimos anos vivemos uma revolução tecnológica que possibilitou um crescimento exponencial da tecnologia, incluindo a medicina com a cirurgia robótica.
Um dos pioneiros no desenvolvimento da cirurgia robótica foram os militares americanos que investiram nessa tecnologia para prestar assistência aos soldados em locais inóspitos e de difícil acesso. Uma outra frente foi comandada pelo Dr. Richard Satava, da Universidade de Stanford que estava desenvolvendo, em 1987, um sistema de cirurgia de telepresença.
Evolução dos Robôs
Com o passar dos anos, a tecnologia robótica foi sendo aperfeiçoada e em 1985 a primeira plataforma robótica foi utilizada em humanos para biópsias neurocirúrgicas.
Alguns anos mais tarde foi criado o conceito de mestre/servo, onde o robô começou a realizar movimentos comandados por um cirurgião em uma estação de trabalho distante.
Em 1998, a Computer Motion, apresentou o sistema Zeus, com três braços independentes possibilitando mais liberdade ao cirurgião em uma plataforma bidimensional.
Contemporâneo ao Zeus, a Intuitive Surgical desenvolveu o robô Leonardo, ou Lenny e mais tarde o Mona. Mas o sucesso da empresa veio com a plataforma Da Vinci, uma das mais utilizadas no mundo hoje.
Trinta anos depois, a cirurgia robótica se aperfeiçoou de tal maneira que a cada 26 segundos é realizada uma cirurgia no mundo auxiliada por robôs, que apresenta inúmeras vantagens frente às cirurgias tradicionais. Dentre elas estão recuperação mais rápida dos pacientes, cirurgias menos invasivas e os cortes menores, menos infecções, menor tempo de internação e mais precisão para os médicos.
Da Vinci em Números
Uma estimativa da Institute Surgical mostrou a força da plataforma Da Vinci. De acordo com a empresa, foram realizadas cerca de 1.200.000 cirurgias somente em 2020.
Confira outros números:
- Mais de 8.500.000 procedimentos realizados pela Da Vinci
- 936 sistemas implantados, em 2020
- Mais de 5.900 sistemas em uso no mundo
- 3.000 mil artigos publicados em 2020 e 24.000 artigos revisados por pares publicados até o momento.
Todos esses dados confirmam que o sistema Da Vinci é o mais utilizado no mundo.
Concorrentes do Da Vinci
A Intuitive Surgical é a principal protagonista neste mercado. Porém, outras empresas estão desenvolvendo tecnologias próprias para concorrer com essa gigante norte-americana. Empresas que têm investido milhões de dólares em novos sistemas, prometendo revolucionar o campo da cirurgia robótica, incluindo novos procedimentos e tornando-os cada vez mais globais e acessíveis.
Alguns exemplos são a irlandesa Medtronic, com o robô Hugo RAS, a britânica CMR Surgical, dona do robô Versius e a norte-americana TransEnterix desenvolvedora do sistema, Senhance. Para conhecer um pouco mais sobre os concorrentes do Da Vinci, acesse aqui.
Agora é só esperar que todos esses robôs cirurgiões cheguem logo ao Brasil.