O câncer renal é o terceiro mais frequente do aparelho genitourinário, e se caracteriza por ser uma doença silenciosa, manifestando sintomas já em fases mais avançadas.
A base do tratamento para essa neoplasia é a cirurgia de remoção do tumor. Isso porque o câncer de rim é uma doença agressiva, que exige tratamento imediato e é resistente a métodos como a quimioterapia e radioterapia.
Felizmente, a nefrectomia parcial apresenta bons resultados no tratamento do câncer e na preservação da maior quantidade possível de néfrons, unidade renal responsável por filtrar o sangue e fabricar a urina.
Historicamente a nefrectomia radical, em que todo o rim é retirado cirurgicamente, foi o tratamento padrão para o câncer de rim em diferentes estágios. Se o paciente tem o outro rim saudável sua qualidade de vida não será afetada seriamente mas, no caso de pacientes que só têm um rim ou que já apresentam algum grau de disfunção renal, a retirada do rim em sua totalidade implicaria, necessariamente, na hemodiálise.
Portanto, com o advento da cirurgia minimamente invasiva laparoscópica e da cirurgia robótica, a nefrectomia parcial passou a ser uma possibilidade para um maior número de pacientes, já que os procedimentos se tornaram ainda mais precisos e seguros, preservando a maior quantidade de néfrons possível.
Como a tecnologia robótica melhora a nefrectomia parcial
Com a tecnologia robótica, é possível realizar a nefrectomia através de pequenos cortes, ao contrário da cirurgia aberta, em que uma grande incisão é realizada na lateral do abdômen do paciente.
Como um grande fluxo sanguíneo passa através da artéria e veia renal, poderá ser realizada uma técnica chamada clampeamento (ou isquemia) dos vasos renais. Depois do clampeamento, é fundamental que o cirurgião seja muito rápido para restabelecer o fluxo de sangue do rim. Na cirurgia robótica, o tempo da isquemia tende a ser menor, preservando as funções renais do paciente.
Em casos em que o clampeamento não é possível, o nível de sangramento é grande. Nessa situação, a tecnologia robótica é muito vantajosa para suturar de maneira rápida e segura.
Com o uso da visão ampliada 3D, além dos movimentos delicados dos braços robóticos, a dissecção num campo cirúrgico pequeno, estreito e profundo se torna muito mais fácil para o cirurgião, que vai operar esse console.
Além disso, como já mencionei, o tamanho das incisões na cirurgia robótica são muito menores em comparação com a cirurgia aberta. Para o paciente, isso significa menor tempo de hospitalização e um pós-operatório mais eficiente, possibilitando que ele volte às atividades cotidianas rapidamente.
É muito importante que fiquem claras, para o paciente, as vantagens e desvantagens de cada técnica cirúrgica.
Assim, cirurgião e paciente poderão tomar uma decisão compartilhada a respeito do tratamento mais indicado.
Vale lembrar que cada caso é único e o uso do robô não garante o sucesso do procedimento: é necessário que o cirurgião seja altamente treinado e que a equipe esteja integrada para ter excelência nos resultados.