A história da cirurgia robótica começou há mais de 30 anos. Nesse tempo, as diversas plataformas robóticas desenvolvidas foram sendo aprimoradas, especialmente as desenvolvidas pela Intuitive Surgical, empresa que dominou o mercado mundial de robôs cirurgiões.
É ela a responsável pela criação do sistema cirúrgico Da Vinci, robô mais utilizado no mundo inteiro. Entretanto, desde sua criação, o robô já passou por uma série de adaptações com o objetivo de deixar essa tecnologia ainda mais precisa e superar os desafios que encontramos na prática.
Atualmente, o robô mais avançado da Intuitive Surgical é o Da Vinci Xi, lançado em 2014. Essa plataforma traz mais modernidade nos instrumentos, na tecnologia de visão, no design do carrinho e na movimentação da mesa de cirurgia, além de possuir um setup mais rápido e automatizado.
Inovações do Da Vinci Xi, quarta geração de Robôs da Intuitive Surgical
As inovações do Da Vinci Xi começam pelo carrinho do paciente, que busca garantir o máximo de mobilidade e flexibilidade durante a cirurgia. Com arquitetura em formato de lança, possibilita encaixe em qualquer ângulo e permite o acesso ao paciente de qualquer quadrante.
Com design aprimorado, os braços robóticos fornecem maior amplitude de movimento interno, melhorando o acesso ao paciente e minimizando as colisões entre a equipe médica na sala de cirurgia.
Esse problema é comum nas gerações anteriores de robôs Da Vinci, que têm os braços externos espaçados, para maximizar o campo de trabalho. Com essa nova tecnologia, os braços têm juntas flexíveis, mas compactadas, deixando um espaço menor entre cada braço.
Uma outra grande inovação é a tecnologia de visualização do Da Vinci Xi, que tem visão em 3D e alta definição estável, imersiva e altamente ampliada do campo cirúrgico. Além disso, ela fornece ao cirurgião o controle autônomo e independente de um endoscópio com câmera de apenas 8mm, ainda menor do que nas versões anteriores.
Sua câmera também oferece visão mais clara do campo cirúrgico com uma imagem mais nítida, resolução mais alta e escopo mais longo, e não é necessário remover o endoscópio para invertê-lo: o cirurgião consegue fazer isso a partir do seu console, sem a ajuda de um assistente.
Outra novidade é a integração da tecnologia de imagem de fluorescência FireFly, o que melhora etapas específicas de tomada decisão e de diferenciação dos tecidos em tempo real.
Com relação ao posicionamento do paciente e a mobilidade do carrinho, a mesa agora possui um recurso de movimento integrado, o que possibilita o reposicionamento do paciente durante a cirurgia. Isso pode ser feito sem que os instrumentos ou portais sejam removidos, o que é muito interessante em procedimentos em que a gravidade fornece uma exposição ideal da cavidade abdominal.
Os instrumentos do Sistema Da Vinci Xi também foram atualizados, bem como seus dispositivos de energia e o grampeador robótico. A chave de agulha também foi alterada, e agora oferece aos cirurgiões destreza adicional durante a sutura.
Todas essas atualizações fazem desse robô o que temos de mais avançado em tecnologia robótica até o momento, o que não significa que as demais plataformas (utilizadas aqui no Brasil e maior parte do mundo) não sejam excelentes.
Vale ressaltar, também, que sempre haverão desafios a serem superados, e está aí, também, um pouco do encantamento que temos com a tecnologia médica como um todo: a capacidade de tornar viável o que antes parecia impossível.