Você está visualizando atualmente Cirurgia robótica retroperitoneal para câncer de rim

Cirurgia robótica retroperitoneal para câncer de rim

A cirurgia robótica trouxe muitos avanços para o tratamento do câncer de rim. Com ela, a nefrectomia, ou seja, remoção do rim afetado pelo tumor, pode ser feita de maneira minimamente invasiva, de forma extremamente precisa, permitindo a remoção parcial do órgão, em um número cada vez maior de casos.

Tradicionalmente, esse procedimento costuma ser realizado com acesso transperitoneal, mas com os avanços da tecnologia robótica, o acesso retroperitoneal passou a receber atenção. Pacientes operados com essa abordagem tiveram menor tempo de internação hospitalar, menor perda de sangue e um tempo operatório menor do que aqueles operados por via transperitoneal. 

As principais diferenças entre as duas abordagens são a posição do paciente na mesa cirúrgica e a localização das incisões. Enquanto no acesso transperitoneal o paciente fica deitado de lado, com a mesa reta, e as incisões são feitas na lateral do abdômen, no acesso retroperitoneal a mesa deve ser ligeiramente flexionada para aumentar o espaço entre as costelas e a crista ilíaca. Além disso, as incisões são feitas nas costas do paciente. 

Vantagens da cirurgia de rim com abordagem retroperitoneal 

Uma das principais vantagens da abordagem retroperitoneal é o fato de não precisar mobilizar outros órgãos como o intestino, fígado ou baço. Além disso, a artéria renal é encontrada facilmente na hora do clampeamento, possibilitando que o rim seja acessado diretamente, o que diminui consideravelmente o tempo operatório.

Outra vantagem interessante é que, caso haja algum sangramento pós-operatório ou vazamento de urina, o líquido ficará contido no peritônio, prevenindo o desenvolvimento de outras complicações. 

Em pacientes com aderências abdominais (formação de tecido cicatricial excessivo, unindo duas partes que antes eram separadas), hérnias ou colostomias vão se beneficiar muito dessa abordagem pelo fato de a cavidade abdominal não ser afetada pelo procedimento.

Vale ressaltar, que o acesso aos linfonodos também não é prejudicado pela abordagem retroperitoneal. 

Falta de familiaridade com a técnica ainda é um desafio

Embora a abordagem retroperitoneal para câncer de rim tenha sido muito utilizada em laparoscopias na década de 1990, a sutura dessa região logo se tornou um desafio que impediu uma adoção mais ampla da técnica. 

A precisão e mobilidade dos braços robóticos permitiu a superação desse obstáculo, mas os urologistas ainda precisam se familiarizar com a técnica. Afinal, a perspectiva anatômica da região é diferenciada, o espaço de trabalho é menor e, de maneira geral, o cirurgião não está habituado ao posicionamento para acesso e acoplamento robô. 

De qualquer forma, tudo indica que ao superar esses desafios, realizar a cirurgia de rim por via retroperitoneal ainda é muito beneficial na maioria dos pacientes. 

Deixe um comentário