A ideia de ser operado por um robô está se popularizando aos poucos, no Brasil, à medida em que mais médicos são capacitados para a técnica e que mais equipamentos são adquiridos.
Entretanto, parece ainda haver uma confusão, entre os pacientes, a respeito de como o robô funciona e qual o seu real papel na cirurgia robótica.
O que é o sistema cirúrgico da Vinci
O sistema cirúrgico da Vinci foi desenvolvido pela empresa norte americana Intuitive Surgical e aprimorada desde os anos 1980. Hoje, operamos com o da Vinci XI, a plataforma robótica mais utilizada em todo o mundo, e que revolucionou os procedimentos minimamente invasivos.
Tudo isso porque, além de possibilitar o acesso a órgãos internos sem grandes incisões no corpo do paciente, ele oferece muito mais estabilidade e precisão durante a cirurgia devido às ferramentas altamente tecnológicas que compõem o robô.
Ou seja, o robô expande os movimentos e visão do médico por meio da combinação de robótica de ponta, visão 3D estereoscópica e controles intuitivos da interface humana.
Apesar de todos esses avanços, o sistema cirúrgico da Vinci funciona de forma totalmente dependente da ação e do controle do médico cirurgião para realizar um procedimento, ou seja: apesar de o nome sugerir o contrário, quem opera é o médico, não o robô. o médico alia técnica, conhecimento, experiência e alta tecnologia para oferecer excelentes resultados.
Atualmente, diversas patentes da Intuitive Surgical estão vencendo, o que pode colocar em xeque o domínio da empresa sobre o mercado da cirurgia robótica. Na prática, para os médicos e pacientes, isso significa que em breve poderemos utilizar outros robôs, provavelmente com preços mais em conta e algumas vantagens sobre o sistema cirúrgico da Vinci, como um tamanho reduzido.
Anatomia do sistema cirúrgico da Vinci XI
O sistema cirúrgico da Vinci tem quatro componentes principais: o console do cirurgião, o carrinho onde o paciente é posicionado, os instrumentos endowirist e o sistema de visão.
Além disso, o robô pesa mais de 545 quilos, com 1,75m de altura e 1,27m de largura. Sua dimensão é um dos motivos para que essa tecnologia seja um pouco mais cara, afinal, os custos de transporte são altos e é necessário reservar um grande espaço no hospital para realizar a cirurgia robótica.
Console do cirurgião
Composto por um visor, assento e controles, o console é o local onde o cirurgião ficará durante todo o procedimento.
Ele ficará sentado em posição ergonômica, enxergando imagens em 3D e alta definição de dentro do corpo do paciente. Com as mãos, ele manipula os controles sob o display e seus movimentos dos dedos e pulso serão reproduzidos em tempo real pelos instrumentos do robô.
O conforto do cirurgião ao operar o console é fundamental em procedimentos complexos e longos, permitindo que o médico realmente dê o seu melhor, sem lidar com o cansaço de horas em pé, por exemplo.
Carrinho do paciente
Essa é provavelmente a parte mais conhecida do robô, com seus quatro braços articulados, que se movem torno de pontos de articulação fixos. É esse o local onde o paciente será posicionado durante a cirurgia.
Considero fundamental ressaltar que o sistema exige que todos movimentos cirúrgicos estejam sob o controle direto do cirurgião. Verificações de segurança regulares impedem qualquer movimento independente dos instrumentos ou braços robóticos.
Instrumentos EndoWrist
Os instrumentos EndoWrist foram desenvolvidos para oferecer aos cirurgiões o máximo de destreza ao operar pelas pequenas aberturas no corpo do paciente. Eles são modelados a partir do pulso humano, oferecendo uma movimentação mais ampla do que uma mão humana é capaz.
Acoplados nos braços do robô, oferecem tempo e sensibilidade de resposta excelente, permitindo a realização de suturas, dissecções e manipulação de tecidos de maneira rápida e precisa.
Sistema de visão
Equipado com um endoscópio 3D de alta definição e dispositivo de processamento que oferece imagens em tempo real e fiéis à anatomia do paciente, o sistema de visão também se destaca como uma das tecnologias mais surpreendentes do robô da Vinci.
Como o médico enxerga através do visor no console, o restante da equipe acompanha o procedimento por um monitor, permitindo, principalmente, que assistente cirúrgico ao lado do paciente tenha uma boa visualização do que está acontecendo.
Informação é chave para o sucesso do tratamento
Quando entendemos como o robô funciona e seu real papel no procedimento, deixamos de lado alguns receios que não se aplicam à realidade dentro da sala de cirurgia e podemos seguir para outras dúvidas a respeito desse momento tão fundamental, que é o tratamento de uma enfermidade.
Se você está cogitando realizar algum tratamento com a cirurgia robótica, espero que essa descrição possa te ajudar a tomar uma decisão com mais segurança e informação. E se tiver alguma dúvida a mais, não hesite em deixar um comentário ou me mandar uma mensagem no meu perfil do Instagram ou na página do Facebook. Será um prazer te ajudar!