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Novo teste possibilita localizar células de câncer de próstata espalhadas pelo corpo

A Food and Drug Administration (FDA), órgão norte-americano responsável pela regulamentação de medicamentos e tratamentos médicos, aprovou um novo teste capaz de localizar células de câncer de próstata em qualquer lugar do corpo. 

O rastreamento estava sendo desenvolvido nos últimos trinta anos na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, e promete ser mais preciso do que outros tipos de exame ao detectar se e para onde o câncer se espalhou. 

Esse novo teste faz com que as células tumorais brilhem num PET Scan especial (ou PET/CT, um dos exames de imagem mais utilizados no diagnóstico de tumores), possibilitando a identificação de onde está uma possível metástase do câncer de próstata.

Na prática, isso permite tomar decisões ainda mais precisas e acertadas no tratamento da doença, um dos grandes desafios que enfrentamos na prática clínica do câncer de próstata. 

Assim, ela tem o potencial de se tornar o novo padrão em estadiamento e localização de reincidência do tumor prostático. 

Pesquisa sobre câncer de próstata começou há três décadas

Nos anos 1990, pesquisadores descobriram que as células do câncer de próstata têm uma alta quantidade de uma proteína específica em sua superfície, que pode ser detectada por pequenas moléculas.

A partir daí, eles começaram a desenvolver um teste que utilizasse essas moléculas para encontrar as células tumorais em tecidos distantes da próstata. Para isso, usaram um rastreador radioativo injetável, que se liga a essa proteína e aparece durante o exame, chamado de PSMA PET. 

Recentemente, em estudos conduzidos na Universidade de Califórnia em Los Angeles e São Francisco (UCLA E UCSF), esse mecanismo foi capaz de identificar essas células tanto antes quanto depois do tratamento, performando, inclusive, melhor do que o teste padrão utilizado até o momento. 

Isso significa que o teste é eficiente em detectar, também, o grau de eficácia do tratamento já realizado. 

Por enquanto, a aprovação da FDA só permite testes na UCLA e UCSF, com o objetivo de estabelecer como essa inovação afeta a sobrevivência do paciente, mas diversas empresas já estão interessadas em colocar o teste no mercado. 

Até esse momento chegar, continuamos com o tratamento padrão, que é monitorar os níveis de PSA do paciente antes e depois do tratamento, e realizar exames de imagem que podem demonstrar evidências de metástase. 

Como o câncer de próstata se espalha 

Quanto mais avançado o câncer, maiores as chances de que ele se espalhe pelo corpo. Isso ocorre porque, à medida que o tumor aumenta de tamanho, ele penetra camadas mais profundas do órgão ou, no caso, a glândula afetada. 

Com isso, as células tumorais podem ir parar na corrente sanguínea ou no sistema linfático do paciente, que se comunicam com todo o corpo. Caso se alojem em determinados locais, podem começar a se multiplicar e formar um novo tumor. 

Chamamos esse processo de metástase e, idealmente, queremos sempre eliminar o câncer de próstata antes que ele se espalhe, porque é difícil determinar onde está esse tumor secundário e tratá-lo, diminuindo muito as chances de cura do paciente. 

É por isso que a cirurgia de remoção da próstata é um dos principais tratamentos para o câncer nessa glândula. 

Dependendo do estágio em que a doença é diagnosticada, também removemos alguns órgãos adjacentes ou os linfonodos para diminuir as chances de metástase, caso alguma célula cancerígena já tenha se alojado nessas estruturas.

Caso seja necessário, realizamos, também, sessões de imunoterapia, radioterapia e terapia hormonal. 

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