Você está visualizando atualmente Hiperplasia benigna da próstata: novo método brasileiro de tratamento recebe destaque mundial

Hiperplasia benigna da próstata: novo método brasileiro de tratamento recebe destaque mundial

A hiperplasia benigna da próstata (HBP), crescimento contínuo da glândula, é algo comum nos homens ao longo do passar dos anos. No entanto, este fenômeno pode se tornar um problema quando afeta o sistema urinário e, se não for devidamente tratado, pode levar à insuficiência renal. Recentemente, o presidente Michel Temer teve que passar por um procedimento cirúrgico para tratar o distúrbio. Os tipos de tratamento são os mais diversos e um novo método cirúrgico minimamente invasivo, desenvolvido por um brasileiro, tem movimentado as discussões sobre as terapias da voltadas para HBP.

50% dos homens apresentam algum grau da HPB após os 50 anos

Mais de 30% deles necessitarão tratamento durante a vida

*Dados da Sociedade Brasileira de Urologia

O método foi criado pelo radiologista intervencionista Francisco Carnevale. Em 2007 ele foi para a Universidade Harvard (Estados Unidos) para avaliar a “embolização prostática” em cachorros vira-latas, que têm naturalmente a próstata aumentada. Na embolização prostática, um cateter é inserido numa artéria da virilha até chegar à próstata, onde são injetadas micropartículas de uma resina conhecida como polietileno. Essas partículas têm a função de bloquear o fluxo sanguíneo, promovendo, assim, a redução da glândula.

Em entrevista à revista Saúde é Vital, da editora Abril, o médico contou que depois de resultados preliminares animadores, ele voltou para o Hospital das Clínicas de São Paulo para realizar testes em seres humanos. Uma primeira experiência foi realizada com dois homens e, depois, com um grupo de dez participantes. Foi observado que a próstata reduziu em 40% e não houve efeitos colaterais significativos.

Além disso, outras vantagens foram verificadas: “Como o procedimento exige apenas anestesia local, é possível dar alta ao paciente no mesmo dia, sem necessidade de internação”, considerou o médico Miguel Srougi, professor titular de urologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e orientador dos estudos com a embolização. Depois de dez anos de testes em mais de 300 pacientes, a novidade terapêutica já foi aprovada na Europa e na Coreia do Sul. Nos Estados Unidos a previsão é  de que a técnica seja autorizada nos próximos meses.

Apesar dos resultados científicos positivos, a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) ressalva que ainda não há dados da efetividade e segurança em longo prazo do método para ele ser considerado um dos tratamentos oficiais para HBP. Por enquanto, seu uso é restrito às instituições acadêmicas. A entidade ressalta ainda que é necessário esperar, ao menos, cinco anos para apresentar conclusões mais assertivas do real papel da embolização sobre a HBP. Segundo Srougi, é preciso realizar estudos com um maior número de voluntários, em diferentes centros de pesquisa, para elevar o nível de evidências científicas das vantagens da técnica.

Já o Conselho Federal de Medicina (CFM) brasileiro permite que o método seja realizado apenas como opção alternativa aos tratamentos hoje realizados. A embolização tem de ser feita ambiente cirúrgico por uma equipe formada por radiologistas e urologistas. Além disso, todos esses especialistas precisam de treinamento e certificação do Hospital das Clínicas de São Paulo.

É importante ressaltar ainda que cabe sempre ao médico e o paciente avaliarem juntos qual a melhor terapia a ser empregada. Em alguns casos, inclusive com confirmação por meio de biópsia, a doença é assintomática. Em outros, relatam-se os seguintes sintomas:

  • Dificuldade de urinar;
  • Jato urinário fraco;
  • Gotejamento no final
  • Micção em dois tempos
  • Sensação de que a bexiga ainda precisa ser esvaziada;
  • Idas frequentes ao banheiro durante a noite;
  • Vontade incontrolável de urinar;

Em casos mais avançados, a HBP também pode provocar:

  • Sangue na urina;
  • Infecção urinária de repetição
  • Cálculos na bexiga;
  • Retenção urinária;
  • Insuficiência renal

Procure sempre um urologista de sua confiança para o correto diagnóstico e escolha do melhor tipo de tratamento.

Deixe um comentário