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Cirurgia robótica para o câncer de próstata: um guia

A prostatectomia é a cirurgia que remove completamente a próstata e vesículas seminais. Juntamente com a radioterapia, representa a principal forma de tratamento do câncer de próstata.

Até poucos anos atrás, a única opção de pacientes com o problema era fazer a cirurgia aberta que, além longas internações e da dor considerável, impõe pós-operatórios mais difíceis, por causa das grandes incisões.

O paciente submetido à cirurgia aberta também tem mais chances de apresentar sequelas como incontinência urinária e perda do controle da função sexual, devido à possibilidade de rompimento do delicado plexo dos nervos ao redor da próstata.

O desenvolvimento das cirurgias laparoscópicas, ou videolaparoscopias, também conhecidas como procedimentos minimamente invasivos, permitiram um grande avanço nos tratamentos do câncer de próstata, justamente por eliminar vários dos complicadores oferecidos pela cirurgia aberta.

Entre tais procedimentos minimamente invasivos, destaco a cirurgia robótica e, mais especificamente a prostatectomia robótica como a principal evolução do tratamento da doença. Os benefícios da inovação podem ser observados, na prática, em todas as etapas da operação:

Pré-operatório

Antes da cirurgia, é nossa rotina incentivar metas significativas de estilo de vida. Ou seja: nós aconselhamos os pacientes sobre os benefícios dos hábitos alimentares saudáveis, dos exercícios físicos e, se necessário, da perda de peso.

Quando o paciente é muito sedentário, recomendamos a caminhada de um a dois quilômetros por dia, como preparação para o procedimento.

O paciente também precisa fazer avaliação física, cardiológica e anestésica: eletrocardiograma, ecocardiograma, testes de esforço, ressonância magnética, mapeamento ósseo em busca de metástases e outros exames e avaliações com especialistas de outras áreas, dependendo de cada caso.

A cirurgia

Todos os procedimentos são realizados sob anestesia geral, com o paciente em jejum por oito horas.

A técnica permite que a cirurgia seja realizada com apenas quatro a cinco incisões muito pequenas, que são feitas na parte do abdome abaixo do umbigo, para a instalação das pinças acopladas aos braços robóticos.

O médico opera sentado no console ao lado do paciente, controlando os braços robóticos. Além de operar em uma posição mais confortável, o cirurgião tem mais liberdade e precisão de movimentos e melhor visualização, em comparação com a cirurgia aberta.

Todas essas condições permitem que os delicados nervos da próstata, que controlam a bexiga e a função sexual, sejam poupados. O impacto aos nervos, tecidos e estruturas circundantes são mínimos.

Isso significa menor perda de sangue, menos dor, menor risco de infecção ou outras complicações, menor chance de readmissão hospitalar e menor risco de necessidade de cirurgia de acompanhamento.

A operação dura entre duas a quatro horas + o período adicional de observação, que vai de duas a três horas, no centro cirúrgico.

Pós-operatório

É muito importante que, já no primeiro dia após a cirurgia, o paciente tente se sentar em uma cadeira e caminhar o quanto for tolerado. A recuperação costuma ser mais rápida naqueles que conseguem se movimentar logo nesse comecinho.

Atividades mais pesadas como academia, corrida, bicicleta e qualquer outra de maior impacto devem ser evitadas durantes as três primeiras semanas. Já caminhadas de até 30 minutos em superfícies planas, trabalhos de escritório e exercícios leves são liberados já nos primeiros dias.

Geralmente, 97% a 98% dos pacientes recebem alta na manhã seguinte à operação. Todos deixam o hospital com um cateter urinário, que é removido após 6 ou 7 dias em um procedimento simples e indolor, realizado no próprio consultório.

Os cuidados com a ferida operatória incluem a limpeza com água e sabão, e só. Antibióticos, analgésicos, anti-inflamatórios e remédios contra gases costumam fazer parte da prescrição médica.

E, por fim, o acompanhamento tem um período mínimo de cinco anos após a cirurgia. Nos primeiros dois anos, o retorno ocorre a cada três meses, com exames de sangue (PSA) e imagem (ultrassom em geral).

Do segundo ao quinto ano, os retornos ocorrem a cada seis meses. A partir do quinto, o retorno acontece anualmente.

 

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