Mas um Projeto de Lei pretende auxiliar na capacitação de mais médicos para a realização de cirurgias robóticas no país. O Projeto de Lei 942/2022, da deputada federal Carla Zambelli, propõe o programa de qualificação acadêmica em cirurgia robótica em instituições de ensino federal, com intuito de que, no futuro, sejam incorporadas ao Sistema Único de Saúde, o SUS.
De acordo com o texto do Projeto, o Programa de Qualificação Acadêmica em Cirurgia Robótica tem por objetivo qualificar os estudantes de medicina das instituições federais, tanto para fins educacionais, quanto para prestação de serviço à sociedade.
O Projeto prevê ainda a compra de robôs cirurgiões para os hospitais universitários, para que os estudantes possam se capacitar e, em contrapartida, atender os pacientes dessas instituições de forma gratuita. Após a certificação, os estudantes dessas instituições federais teriam que prestar atendimento especializado aos pacientes do SUS, por um determinado período.
Justificativa do Projeto
Na justificativa do Projeto, a deputada defende que os hospitais universitários sempre foram referência na assistência à saúde pública e local de formação de profissionais e serviços de excelência e pesquisa.
A autora reconhece os benefícios que a cirurgia robótica proporciona aos pacientes, “sendo uma tecnologia em rápido crescimento e que irá revolucionar o futuro da prática médica.” Porém, os hospitais universitários públicos não têm robôs cirurgião ou oferecem qualquer tipo de formação de profissionais, o que contribui para inviabilizar a possibilidade de se especializar em cirurgia robótica.
O PL ainda precisa passar pelas comissões na Câmara dos Deputados para depois ir a votação em plenário.
Como é a Capacitação para Cirurgia Robótica hoje?
Para obter a certificação em cirurgia robótica o médico precisa passar por algumas etapas até que seja considerado apto a realizar o procedimento sozinho. Primeiro é necessário realizar o treinamento em um simulador que tem as mesmas características do robô. Esse simulador também fornece métricas sobre o desempenho do aluno, mostrando os pontos que precisam ser aperfeiçoados.
Depois é necessário que o médico vá a um centro de treinamentos para “tirar” a certificação. Só em um terceiro momento ele começa a realizar procedimentos auxiliados por robôs, mas sempre assistido por um proctor, médico especialista com mais experiência que acompanha o cirurgião em seus primeiros procedimentos. Depois de cumprir essas etapas, o cirurgião pode começar a operar sozinho.