Um medicamento criado na Unicamp que apresenta eficácia no combate ao câncer de bexiga em casos graves e que já haviam sido submetidos a tratamentos convencionais e tiveram indicação de retirada do órgão.
O ensaio trouxe resultados satisfatórios quando o assunto foi combate ao câncer de bexiga em pacientes graves. Depois de dois anos de ensaio, em quase 80% dos casos o tumor foi eliminado, enquanto que nos outros o câncer voltou em menor intensidade.
Veja mais sobre o assunto no artigo de hoje.
Medicamento é esperança para o câncer de bexiga grave
Lidar com câncer nunca é fácil, ainda mais em casos graves. Mas, graças à ciência, bons resultados foram apresentados no Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica no que se refere ao câncer de bexiga.
O remédio OncoTherad apresenta resultados mais satisfatórios do que as técnicas mais usuais, que incluem raspagem do tumor e a aplicação da vacina BCG, o que é um grande avanço da medicina. Nessas técnicas atuais, trabalhávamos com recidivas de pelo menos metade dos casos e um grande número de desistência devido aos efeitos colaterais.
Isso sem mencionar que muitos pacientes não tinham condições para fazer a retirada do órgão, devido a condições clínicas de comorbidades, por exemplo. Pensando nisso, a Unicamp resolveu testar o medicamento, que já promete ser muito eficaz.
De acordo com um dos especialistas da Unicamp, em um ensaio com 44 participantes, nenhum deles morreu ou precisou retirar a bexiga depois de três anos do início do novo medicamento, o que é uma vitória.
Esses resultados abrem margem para um melhor tratamento e bem-estar para os pacientes, afinal, quando se decide retirar o órgão, há um alto índice de mortalidade, da mesma forma que a inserção de bolsa coletora pode trazer complicações, sobretudo na saúde mental.
Como funciona o medicamento?
Ele é um nanofármaco semissintético que funciona como um tratamento de imunoterapia, já que estimula a produção de proteínas de células de defesa do organismo e destrói os tumores.
A administração do OncoTherad nos pacientes aconteceu em diferentes etapas, sendo que nos primeiros três meses foram em intervalos menores, com aplicações semanais dentro da bexiga e também por via intramuscular.
Nos seis meses após, depois de o sistema imune ser estimulado, as aplicações passam a acontecer de 15 em 15 dias. No fim, a administração foi mensal, sendo que todos os participantes faziam exames a cada três meses para monitorar a evolução do câncer.
Durante o experimento, foram observados alguns efeitos colaterais, como inflamação na bexiga, ardência ao urinar e dores nas articulações, mas em nenhum caso o tratamento precisou ser pausado.
Podemos dizer que o OncoTherad é o resultado de um trabalho de mais de 13 anos, mas ainda está dependendo do interesse da indústria farmacêutica e de estudos mais avançados, em diferentes centros e que atendam critérios das agências regulatórias para chegar ao mercado de vez.