A cirurgia robótica chega a Belo Horizonte depois de uma longa espera. Junto com a tecnologia um novo desafio: treinar novos cirurgiões para usar esta tecnologia com excelência. Desde 2008, quando estive no maior centro de cirurgia robótica nos EUA, em Orlando, observava a preocupação do Prof. Vipul Patel em padronizar a cirurgia para permitir o aprendizado e a reprodutibilidade da cirurgia.
A partir daí, pude acompanhar em São Paulo a forma como os primeiros programas de cirurgia Robótica iniciaram o treinamento de novos cirurgiões através do sistema de Proctor, onde um cirurgião mais experiente acompanha outro cirurgião durante os primeiros casos.
A grande experiência em cirurgia laparoscópica acabou me facilitando o aprendizado de uma nova técnica e, assim pude ser o primeiro cirurgião de Minas a conseguir a certificação para realizar cirurgias robóticas.
Quando falamos em treinamento, não podemos pensar apenas no cirurgião, mas em toda a equipe envolvida. E são muitos os profissionais envolvidos.. Anestesista, auxiliares, Instrumentadora, enfermeira, circulante de sala, equipe de esterilização de materiais, suporte técnico. Os hospitais que iniciaram este programa no Brasil já conseguem, atualmente, fazer este treinamento que envolve as equipes. Sendo assim, para os profissionais citados, já não é necessário sair do país para adquirir esses conhecimentos.
A curva de aprendizado era pouco discutida na medicina mas, atualmente, tornou-se um dos maiores desafios: Tentar ensinar da melhor maneira e com menor tempo possível, para que o cirurgião possa conseguir oferecer bons resultados a seus pacientes. Com a chegada da cirurgia robótica em Belo Horizonte, teremos um grande desafio para divulgar e ensinar esta técnica para os cirurgiões mineiros. Como quase todas as atividades práticas, a repetição leva à perfeição. Ou melhor: a repetição após um treinamento adequado e com pessoas experientes, leva a perfeição!