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Qual a importância do exame de toque retal?

Recentemente, pesquisadores da Universidade de Showa, no Japão, criaram um sistema de Inteligência Artificial que detecta tumores de todos os tipos em estágio inicial. O índice de acerto na identificação de mudanças neoplásicas (quando há crescimento anormal das células, gerando um tumor) foi de 86%.

Mas, enquanto esse tipo de tecnologia não é implantada nos serviços de saúde, o exame preventivo de toque retal continua sendo o método mais seguro para diagnosticar o câncer de próstata.

O diagnóstico precoce de câncer pode aumentar as chances de cura em até 90%. No entanto, os homens continuam subestimando o perigo do câncer de próstata. Segundo uma pesquisa de 2017 do Datafolha, encomendada pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), 21% dos entrevistados disseram que o exame de toque retal “não é coisa de homem” e para 38% “não é necessário”. Foram entrevistados 1.062 homens em sete capitais brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Recife e Salvador.

O exame de toque retal é recomendado a partir dos 50 anos de idade. Aqueles que têm histórico de câncer de próstata na família, ou são da raça negra, devem procurar um especialista mais cedo, já aos 45.

É preciso fazer o exame de toque mesmo se o rastreamento de PSA (sigla de antígeno prostático específico, em inglês) tenha dado baixo. O PSA avalia somente se algo não vai bem com a próstata. Para determinar se é um tumor, uma inflamação ou apenas um aumento benigno, é preciso fazer o exame de toque.

O toque retal é a única forma de se chegar a um diagnóstico definitivo. Cerca de 20% dos tumores de próstata crescem sem aumentar o PSA. Além disso, pelo toque outras doenças podem ser detectadas, como tumores de intestino. Ele propicia ainda estabelecer critérios para tratamentos de sintomas urinários.

E não passa de mito a ideia de que há dor durante o exame. O homem sente apenas um leve desconforto durante o exame de toque retal. O incômodo pode ser um pouco maior caso ele não esteja relaxado. Mas o procedimento dura apenas 5 segundos. O risco da dor só existe se o homem tiver inflamação na próstata.

 

Inteligência Artificial x Diagnóstico de câncer

O sistema desenvolvido pelos japoneses funciona de forma similar à ferramentas de reconhecimento facial, como dos smartphones, para analisar células microscópicas. O software foi alimentado com cerca de 30 mil imagens de células pré-cancerígenas e cancerígenas, além de uma imagem da célula colorretal alterada, ampliada em 500 vezes, para análise. Em menos de um segundo, o programa foi capaz de apontar exatamente quais delas poderiam dar início a um câncer.

A pesquisa contou com a participação de 250 homens e mulheres. Foram detectadas células colorretais com mutações, sendo 306 delas em tempo real.

A Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo já utiliza a técnica de inteligência artificial em seus estudos. Os pesquisadores utilizam computadores com alta capacidade de processamento de dados para fazer análises de doenças diversas. A ideia é que, daqui alguns anos, programas possam detectar com maior facilidade doenças como dengue e zika. Tudo utilizando reconhecimento e análise de imagens.

 

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