A polêmica com esse medicamento começou em 2003, quando uma importante mídia da área, “New England Journal of Medicine”, divulgou que o finasterida, usado nos tratamentos de pacientes com aumento de próstata e também para calvície em homens, levaria ao desenvolvimento de um tipo específico e letal de câncer masculino.
Na época, a droga apresentou resultados bastante relevantes. Após tratar um grupo de 18.882 homens, dos anos de 1993 a 1997, constatou a redução do câncer de próstata em 25% e o aumento de 68% das chances de ter um tumor de alta letalidade.
Diante desse efeito duplo e contraditório do medicamento e de um possível risco para a população, o FDA (Food And Drug Administration), responsável pela regulação dos medicamentos nos EUA, colocou um alerta no rótulo desse remédio.
Paralelamente, pesquisadores continuaram analisando a droga e cruzaram os resultados dos pacientes que receberam o finasterida com o número de óbitos em norte-americanos.
Resultados
Os resultados apresentados recentemente, em evento anual da Associação Americana de Urologia, comprovou que, tanto o grupo que foi tratado com a droga, quanto o grupo que tomou placebo, tiveram o mesmo tempo de vida.
O responsável por esse novo estudo, o professor Thompson, da Universidade do Texas e coordenador das pesquisas em urologia, acompanhou os pacientes que tomaram a droga por mais de 18 anos e trouxe novidades sobre o assunto. Segundo o especialista, o remédio é um aliado na detecção do câncer de próstata, incluindo aqueles de maior grau.
Contudo, como todo medicamento, o finasterida continua oferecendo efeitos colaterais como dor nos testículos, crescimento significativo das mamas e até impotência. Alguns desses sintomas podem desaparecer depois da suspensão da medicação.
O câncer de próstata é que mais atinge os homens brasileiros. Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) prevêem 68.220 novos casos da doença para este ano. Em 2013 foram registrados 13.772 vítimas fatais.