No início de fevereiro foi realizado em São Francisco, nos Estados Unidos, o evento ‘American Society of Clinical Oncology Genitourinary Cancers Symposium’, que reuniu médicos e membros da comunidade de pesquisa e tratamento do câncer de todo o mundo. A empresa farmacêutica Janssen, do grupo Johnson & Johnson, apresentou a apalutamida, novo medicamento que promete aumentar a expectativa e qualidade de vida dos pacientes com a doença. A novidade foi publicada no periódico científico New England Journal of Medicine.
O novo medicamento visa prevenir a metástase, retorno do câncer. Atualmente, só é empregado algum tipo de terapia caso o tumor volte. A novidade permite tratar antecipadamente quadros que sugerem o desenvolvimento de uma nova lesão tumoral. Essa avaliação individualizada pode significar mais anos de vida e bem-estar para o paciente.
A apalutamida representa uma nova tendência de tratamento na oncologia. A ideia é que ela seja uma alternativa para a chamada “castração” ou terapia de privação androgênica, que é o bloqueio da via de produção de testosterona (que alimenta e faz crescer o câncer de próstata). Atualmente, ela pode ser medicamentosa ou cirúrgica (orquiectomia bilateral: remoção dos testículos). É comum que esses pacientes se tornem resistentes ao processo de castração e o câncer volte.
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Segundo o grupo de estudo que apresentou o novo medicamento, a apalutamida diminui em 72% o risco de morte e proporciona ao paciente sobrevida livre de metástase por mais de dois anos. Além disso, a apalutamida reduziu em 51% o risco da segunda progressão da doença (morte após o segundo tratamento).
“Esses resultados são os primeiros a convencer que as metástases podem ser adiadas nesse estágio da doença e sugerem que a apalutamida pode se tornar o padrão de tratamento desses pacientes”, afirmou Eric Small, investigador-líder do estudo e chefe da divisão de Hematologia e Oncologia da Universidade da Califórnia, em entrevista para o Portal Uai.
EFEITOS COLATERAIS
O estudo clínico da nova droga foi realizado com 1.202 pacientes com câncer de próstata não metastático resistente à castração, em 26 países da América do Norte, Europa, Ásia e Austrália.
Entre os efeitos colaterais possíveis do medicamento, estão:
- Lesão de pele
- Quedas
- Fratura óssea
Os riscos atrelados à medicação acabaram se mostrando menores do que o ganho em qualidade de vida aos pacientes. O resultado do estudo clínico foi aprovado pela Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos. Não há previsão de quando a droga passará por análise no Brasil.
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