O câncer de próstata é um dos mais prevalentes em homens. Somente no Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que cerca de 200 mil homens vão adquirir a doença nos próximos três anos.
Após o diagnóstico e estadiamento da doença, médico e paciente vão definir as melhores formas de tratamento, que incluem, por exemplo, cirurgia, imunoterapia e radioterapia. São os chamados tratamentos padrão.
No entanto, novas terapias alternativas têm se mostrado bastante eficazes na redução da mortalidade do câncer de próstata agressivo.
Um estudo publicado na revista científica The New England Journal of Medicine mostrou que uma dessas novas terapias reduziu o número de mortes em relação aos pacientes que receberam o tratamento padrão.
Combinação de Medicações
Essa nova terapia consistiu na combinação de dois medicamentos, sendo que um deles é um antígeno de membrana específico da próstata, PSMA, e o outro uma partícula radioativa que ataca as células cancerígenas.
O estudo foi realizado com mais de 830 pessoas e se mostrou altamente eficaz em relação à sobrevida dos pacientes, que passou de 11,3 meses para 15,3 meses e teve uma redução da mortalidade em 38%.
Outra terapia experimental foi apresentada durante o Congresso da Sociedade Europeia de Oncologia Médica e ficou conhecida como trigêmea, por adicionar duas outras medicações ao tratamento padrão. A combinação de acetato de abiraterona e a prednisolona, adicionada ao tratamento convencional contra o câncer de próstata também prolongou a sobrevida dos pacientes.
Uma das vantagens dessa combinação de terapias é que, como elas já foram devidamente aprovadas pelos órgãos reguladores, seu uso pode ser imediato, ajudando a aumentar a expectativa de vida dos pacientes.
O estudo, conduzido pelo professor de oncologia Karin Fizazi, da Universidade Paris-Saclay, na França, mostrou que a nova terapia reduziu o risco de morte em 25% em relação aos pacientes que usaram apenas uma medicação. A combinação dos remédios também se mostrou bastante efetiva em adiar os riscos de metástases e com efeitos colaterais mais tênues.
Essas descobertas são uma esperança para o tratamento de pacientes com câncer de próstata metastático agressivo, pois, além de aumentar a sobrevida dos pacientes, já poderiam começar a ser utilizados em todo o mundo, já que as patentes poderiam ser quebradas para a utilização dessas combinações de medicamentos.