A cirurgia robótica deve se popularizar em breve no Brasil, assim como aconteceu com a videolaparoscopia. Atualmente, existem 35 plataformas robóticas em atividade no país, nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará, Paraná e Rio Grande do Sul. Há quatro anos eram apenas 12 robôs. Recentemente, quatro hospitais vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS) adquiriram o equipamento: Hospital do Câncer de Barretos, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e Hospital da Marinha do Rio de Janeiro, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade do Rio Grande do Sul e Hospital do INCA, no Rio de Janeiro.
Infelizmente, esse tipo de procedimento ainda não é coberto pelos planos de saúde e o paciente tem um custo que pode variar de R$ 10 a 15 mil. Mas, à medida que esse tipo de cirurgia se populariza, a tendência é de que o custo reduza gradativamente, permitindo que mais pessoas tenham acesso à tecnologia e sejam beneficiados pelo procedimento. A redução das taxas de complicações cirúrgicas e do tempo de internação também começam a se firmar como aspectos que precisam ser levados em conta na hora de negociar com as operadoras de saúde.
Além disso, há uma expectativa no setor de que o custo dos equipamentos recuem no médio prazo. Atualmente, os hospitais precisam desembolsar entre 10 e 12 milhões de reais (sem impostos) para adquirir o equipamento. A americana Intuitive domina 95% do mercado. Contudo, a quebra de algumas das suas patentes nos próximos dois anos e a crescente adoção da tecnologia têm atraído novos fornecedores. Com a concorrência, a tendência é de que o valor dos equipamentos reduza consideravelmente.
Nos últimos cinco anos, houve um aumento expressivo do número de cirurgias robóticas no Brasil: um crescimento de 500% no número de procedimentos. Este fenômeno se deve ao maior número de plataformas disponíveis e, ao crescente número de cirurgiões devidamente capacitados utilizando a tecnologia. Em Minas, a cirurgia robótica é oferecida por três hospitais: Mater Dei, Vila da Serra e Felício Rocho.
HISTÓRIA DA CIRURGIA ROBÓTICA
O robô cirurgião é utilizado nos Estados Unidos desde o ano 2000. Lá, 90% das cirurgias de câncer de próstata são realizadas por esse método. A tecnologia só chegou ao Brasil em 2008. Mesmo assim, de forma bastante restrita. Por muito tempo, somente o Hospital Albert Einstein disponibilizava o serviço.
O alto custo de investimento levou ao atraso da adoção da tecnologia no país. Além dos cerca de US$ 10 milhões que os hospitais precisam desembolsar para adquirir o equipamento, há uma manutenção anual do robô de cerca de R$ 800 mil. Pinças, óticas e outros insumos também têm alto custo.
VANTAGENS
Técnicas minimamente invasivas como a cirurgia robótica têm conquistado cada vez mais espaço no setor de saúde porque oferecem uma série de vantagens aos pacientes e centros hospitalares, como:
– Maior ergonomia ao cirurgião, levando à uma melhor performance;
– Filtro do tremor comum das mãos humanas;
– Menos sangramento;
– Menos infecção;
– Menos dor no pós-operatório;
– Menor trauma;
– Recuperação mais rápida.
O custo-benefício também é bastante atrativo. Há estudos que demonstram que, apesar de cirurgia aberta e a robótica apresentarem resultados similares, o procedimento tradicional representa maior risco de dor e de perda de sangue (3x mais) ao paciente. Isso significa maior chance de complicações durante a cirurgia, tempo mais longo de internação e recuperação.
A cirurgia robótica é um investimento na qualidade de vida.
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