Ultrassom Focalizado de Alta Intensidade - HIFU
A evolução dos métodos de diagnóstico permite detectar tumores em estágios cada vez mais iniciais, unifocais e restritos (localizados em apenas uma área). Tumores com essas características podem ser tratados com o ultrassom focalizado de alta intensidade ou HIFU, sigla em inglês para High Intensity Focused Ultrassound.
Para quem é indicado: Atualmente, a maior aplicação da técnica está, justamente, no tratamento focal do câncer de próstata. Contudo, o HIFU é indicado para um número restrito de pacientes, que devem ser selecionados a partir de critérios cuidadosamente avaliados. Além de o câncer ser restrito a um ou a poucos focos tumorais dentro da próstata, o escore de Gleason (que reflete a extensão do tumor e o grau de alteração do tecido) não pode exceder 3 + 3 ou 3 + 4.
O valor de PSA também é um índice importante a ser considerado: a terapia focal só pode ser aplicada se o resultado for inferior a 10 ng / ml. O HIFU também é uma possibilidade quando o paciente não apresenta condições clínicas para a realização de uma cirurgia.
Como funciona a técnica:
Trata-se de uma técnica que permite aplicar energia acústica (ultrassônica) em um ponto específico, gerando calor. Para fins didáticos, vale comparar o mecanismo do HIFU com a passagem dos raios de sol por uma lupa. A radiação é capaz de queimar uma folha, uma vez que, ao atravessar a lente, é direcionada para um só ponto.
Algo semelhante ocorre no HIFU. Contudo, como fonte de energia, ao invés da luz, o HIFU utiliza som e, em vez da lupa, um transdutor. Tão logo a energia do HIFU atinge uma determinada região corporal, a temperatura ali se eleva para aproximadamente 98ºC em questão de segundos. No caso do câncer de próstata, os feixes são direcionados para o tumor e concentrados nele, para destruí-lo de maneira minimamente invasiva.
Com o auxílio de computadores e softwares, a dimensão e a forma da próstata são cuidadosamente mapeadas, sendo realizada uma configuração personalizada para cada pessoa. A máquina captura imagens da próstata em tempo real, para que a energia ultrassônica seja aplicada nos locais corretos, onde os tumores se manifestam.
Então, o paciente recebe uma anestesia raquidiana e o equipamento é inserido via retal, para que a energia ultrassônica seja aplicada diretamente no tumor.
A maioria dos homens recebe alta de 24 a 36 horas após o procedimento, que costuma causar pouca dor.
O procedimento está associado a um menor risco de incontinência urinária e de disfunção erétil.