Existem diversos tipos de câncer renal, mas o mais prevalente é o carcinoma de células renais, que representa aproximadamente 90% dos casos.
Apesar da importância desse órgão, estudos publicados no JAMA Network Open evidenciaram que ainda existe diferença de tratamento do câncer renal em pacientes do sexo feminino, pessoas negras e hispânicas, nos Estados Uninos.
De acordo com o estudo, as mulheres receberam tratamento diferente das diretrizes gerais para o tratamento da doença em relação aos homens. Os resultados mostram, ainda, que as pacientes do sexo feminino ou foram subtradadas (odds ratio [OR], 0,82; P <0,001) ou recebem tratamento excessivo (OR, 1,27; P <0,001).
Os dados da pesquisa mostraram que pessoas da raça negra também recebem subtratamento ou super tratamento se comparado às pessoas da raça branca. Esses mesmo padrões também foram identificados em pacientes da etnia hispânica.
De acordo com os autores do estudo, a pesquisa é uma tentativa de verificar se fatores demográficos influenciam no tratamento fora das diretrizes para o câncer renal. Os pesquisadores descobriram ainda que pacientes do sexo feminino com pequenas massas renais receberam tratamento mais agressivo e desnecessário, aumentando o risco de complicações.
Para os pesquisadores, enquanto alguns casos estão recebendo tratamento excessivo, em outros casos graves, a doença foi subtratada, principalmente entre os grupos étnicos e raciais que não possuíam seguro saúde.
Dados do Estudo
O estudo foi baseado em dados do Banco de Dados Nacional do Câncer, que incluiu 158.445 pacientes com diagnóstico primário de carcinoma de células renais de 1º de janeiro de 2010 a 31 de dezembro de 2017.
Entre a amostra pesquisada, notou-se que a maioria dos pacientes eram jovens, com média de idade de 58 anos, e saudáveis, sem comorbidades que pudessem influenciar quanto às decisões de tratamento.
Os pesquisadores descobriram ainda que 69,4% dos pacientes foram tratados de acordo com as diretrizes, enquanto 30,6% receberam tratamento em não conformidade com as diretrizes. Sendo que os que receberam tratamento inadequado, 2,5% foram subtratados e 28,2% super tratados.
Os investigadores também descobriram que pacientes sem seguro saúde receberam tratamento menos agressivo em comparação com aqueles com seguro privado.
Mas o que todos esses dados revelam? Para os autores do estudo, é importante ter em mente todas essas disparidades na hora de escolher a melhor estratégia de tratamento para pacientes, de forma individual e única. Os pesquisadores concluíram também que esses dados são importantes para se legislar sobre o tema.