Apesar do crescente avanço e popularização da tecnologia na medicina, muitas pessoas têm receio das cirurgias robóticas. O desconhecimento gera o temor. Há a crença de que o robô opera sozinho, de forma autônoma. E isso não é verdade. Nas cirurgias realizadas por meio de equipamentos de ponta, como o robô Da Vinci Xi, é o médico quem comanda a máquina. Ela não tem inteligência artificial para operar. Um braço robótico segura as pinças que são introduzidas no corpo do paciente, mas há um cirurgião controlando cada movimento.
Em métodos como a laparoscopia, o médico introduz e manuseia o aparelho de fibra ótica para visualizar a região interna, além dos instrumentos cirúrgicos no corpo do paciente, por meio de pequenas incisões. Já na cirurgia robótica a câmera permanece imóvel no robô. A poucos metros da mesa de operação onde o paciente está deitado anestesiado, está o médico. Por meio de um console, ele visualiza em alta definição imagens tridimensionais da parte a ser operada e comanda através de joysticks os braços robóticos, que repetem exatamente o seu movimento. A delicadeza do movimento dos braços robóticos garantem menor dano à tecidos e órgãos próximos da região operada. Um segundo médico fica ao lado da mesa do paciente para fazer ajustes necessários no robô.
Na cirurgia robótica, o equipamento apenas garante ao cirurgião uma maior precisão nos procedimentos. Ele reduz por exemplo, os tremores comuns das mãos, além de permitir movimentos além da capacidade humana, como as rotações 360º. Por meio do equipamento, o médico consegue visualizar com maior nitidez o local a ser operado; além de analisar até mil sinais por segundo do paciente.
Estudos avaliam que a cirurgia robótica também têm melhores resultados no pós-operatório, reduzindo dores e complicações da cirurgia. Este tipo de procedimento é menos invasivo, ou seja: menos agressivo ao corpo do paciente; permitindo que ele volte às suas atividades em um prazo menor do que nos casos de cirurgia aberta. Ela já é adotada em 90% das cirurgias robóticas para o tratamento do câncer de próstata nos Estados Unidos.
A cirurgia robótica tem maior custo, mas se avaliado o valor global do procedimento ela tem investimento equivalente ao da cirurgia aberta. Há um gasto menor com dias de internação pós-cirurgia e com possíveis complicações, que demandam por exemplo transfusões de sangue.
É essencial lembrarmos que a tecnologia na área médica só é um suporte à experiência e capacidade do profissional. É ele que comanda a máquina e determina o sucesso da cirurgia.