O câncer de rim é o terceiro mais frequente do aparelho genito-urinário e representa, aproximadamente, 3% das doenças malignas do adulto. O câncer de rim é também conhecido como Hipernefroma. O tipo mais frequente é o câncer renal de células claras, sendo responsável por 85% dos tumores diagnosticados.
O câncer de rim, geralmente, acomete indivíduos entre os 50 e 70 anos de idade, sendo duas vezes mais comum nos homens. Normalmente, o diagnóstico é feito a partir de achados incidentais em exames de rotina, como a ultrassonografia do abdômen.
O diagnóstico definitivo da doença é feito por meio da tomografia computadorizada do abdômen. A ressonância nuclear magnética é raramente utilizada na avaliação desses tumores e só é realizada em situações muito específicas, assim como a biópsia renal pré-operatória.
A cirurgia é o único tratamento curativo definitivo para o câncer de rim. Chamamos de nefrectomia radical a retirada total do órgão. No entanto, com a evolução dos meios diagnósticos e os achados cada vez mais precoces de pequenas massas renais, a nefrectomia radical, em boa parte dos casos, não é mais indicada, devendo-se optar pela nefrectomia parcial, que consiste na retirada do tumor com pequena margem de segurança, preservando-se desta forma parte do órgão.
Cálculos renais
Cálculos renais (ou pedra nos rins) são formações endurecidas localizadas nesses órgãos ou nas vias urinárias, resultantes do acúmulo de cristais existentes na urina. Sua presença pode passar despercebida, sem sintomas, mas pode também provocar dor muito forte, que começa nas costas e se irradia para o abdômen em direção à região inguinal. É uma dor que se manifesta em cólicas, isto é, com um pico de dor intensa seguido de um certo alívio. Em geral, essas crises podem ser acompanhadas por náuseas e vômitos e requerem atendimento médico-hospitalar.
Além das evidências clínicas (dor intensa e sinais de sangue na urina), os cálculos renais podem ser diagnosticados por raios X de abdômen, ultrassonografia ou tomografia computadorizada. Alguns cálculos podem permanecer assintomáticos, não requerendo tratamento algum, ou crescerem até um tamanho considerável, sem que o paciente os note. Se há infecção urinária concomitante, o aparecimento de febre é comum.
Sem dúvida, o melhor tratamento é a prevenção. No momento das cólicas renais, deve-se procurar atendimento médico imediato, a fim de aliviar a dor do paciente, o que normalmente é feito com analgésicos e antiespasmódicos. Ao contrário do que se recomendava no passado, durante as crises deve ser evitada a ingestão exagerada de líquidos. Líquido em excesso pode aumentar a pressão da urina no rim e, consequentemente, aumentar as dores. Atualmente, os tratamentos mais comuns utilizam diferentes formas de energia com o objetivo de quebrar um cálculo em partículas pequenas o suficiente para serem carregadas pela urina ou removidas. Essas formas de energia incluem eletricidade, ultrassom, raio laser e impactos mecânicos.
O método de tratamento, normalmente, é selecionado de acordo com o local em que a pedra se encontra:
Rim
- Litotripsia de onda de choque – um método não invasivo que utiliza energia para quebrar a pedra;
- Litotripsia percutânea – a energia é aplicada diretamente sobre a pedra através de um endoscópio que é inserido no rim;
- Cirurgia Laparoscópica;
- Cirurgia tradicional, com incisão.
Ureter
- Litotripsia de ondas de choque;
- Litotripsia endoscópica;
- Remoção endoscópica;
- Cirurgia Laparoscópica;
- Cirurgia tradicional, com incisão.
Bexiga
- Extração Endoscópica ou litotripsia;
- Cirurgia Laparoscópica;
- Cirurgia tradicional, com incisão.
Os métodos modernos não estão livres de complicações e podem não ser efetivos, necessitando da complementação de outra modalidade de tratamento. É frequente a litotripsia não quebrar o cálculo, sendo necessário retirar os fragmentos restantes através de outro método.
Como a formação dos cálculos renais se deve a uma disfunção metabólica do organismo, uma vez tido um cálculo renal, a pessoa sempre estará susceptível à formação de novos cálculos. A taxa de recorrência é de 10% no primeiro ano, 35% nos 5 anos subsequentes e 50 a 60% em 10 anos. Por isso a grande importância de medidas de prevenção. Deve-se controlar a ingestão de alimentos ricos em proteínas, sal e gordura. Uma simples e importante mudança que, sem dúvida, ajuda a prevenir as pedras nos rins é o aumento da ingestão de água, no mínimo de 2 a 3 litros por dia. Suco de laranja e limão parecem reduzir o risco de novos cálculos. É importante ressaltar que a prevenção de novos cálculos deve ser feita pelo resto da vida.