O câncer de rim é uma neoplasia relativamente rara, mas que pode ser potencialmente letal se não tratada. Infelizmente, como essa é uma doença silenciosa, muitos pacientes acabam sendo diagnosticados já em em estágio avançado, o que resulta em uma sobrevida menor em relação àqueles que receberam tratamento precocemente.
Incidência do câncer renal
Esse é o terceiro tumor mais frequente do aparelho geniturinário, representando aproximadamente 3% dos cânceres diagnosticados em adultos.
Trata-se de uma neoplasia duas vezes mais comum em homens do que em mulheres e costuma acometer indivíduos entre 50 e 70 anos de idade. No Brasil, estima-se que a incidência anual do câncer de rim seja de um caso para cada 10 mil habitantes.
A partir dos anos 90, o número de casos de câncer renal aumentou consideravelmente. Embora não se saiba ao certo qual a causa desse fenômeno, alguns pesquisadores associam esse índice à realização de tomografias computadorizadas, que passaram a identificar os tumores. Ou, seja, esse aumento pode estar associado à maior capacidade diagnóstica.
Assim como outras neoplasias, alguns fatores de risco contribuem para o desenvolvimento do câncer renal:
- Idade acima de 50 anos
- Tabagismo
- Hipertensão arterial
- Obesidade
- Insuficiência renal crônica
- História familiar de câncer renal
- Uso crônico de aspirina em doses altas
- Uso de quimioterapia desde a infância
- Hepatite C crônica
- Anemia falciforme
- Doença de Von Hippel-Lindau.
Sintomas podem demorar a aparecer
Atualmente, quase metade dos tumores renais são diagnosticados acidentalmente, durante check-up. É comum que as massas nos rins sejam identificadas durante exames de imagem do abdômen como ultrassonografia ou tomografia computadorizada por algum motivo não relacionado ao câncer.
Isso ocorre porque o câncer renal raramente apresenta sintomas em fases iniciais. Alguns deles podem ser:
- Sangue na urina
- Dor lombar
- Varicocele (varizes no saco escrotal)
- Massa abdominal palpável
É comum que a tomografia seja utilizada tanto para diagnóstico, quanto no estadiamento da doença. Entretanto, sem acesso ao tumor, é difícil dizer se a massa detectada é benigna ou maligna.
O tratamento depois da metástase
De maneira geral, o tumor de rim não responde de forma positiva a tratamentos quimioterápicos e radioterapia. Algumas modalidades medicamentosas oferecem alguns resultados, mas com alta toxicidade, fazendo da cirurgia um tratamento viável para tratar essa neoplasia em diferentes estágios.
Em estado avançado, o câncer de rim já se espalhou para fora do órgão, atingindo os linfonodos e outras áreas. É comum que essa neoplasia entre em metástase para os pulmões, por exemplo.
Nesses casos, a decisão pela cirurgia deve levar em conta tanto o estado de saúde geral do paciente, quanto a possibilidade de ressecção do tumor nas diferentes localidades. Se o tumor principal puder ser removido com a nefrectomia parcial ou total, mas os demais não, será necessário investir em terapia sistêmica.
Entretanto, caso o paciente só tenha um rim ou seu estado de saúde não permita a remoção do órgão acometido, outras estratégias de tratamento medicamentoso poderão ser utilizadas.