Os resultados de um novo ensaio clínico realizado em Londres mostraram que alguns homens com câncer de próstata avançado podem viver por pelo menos mais dois anos (ou mais!) em imunoterapia após esgotarem todas as outras opções de tratamento.
O estudo envolveu 259 homens com câncer de próstata avançado que se tornaram resistentes a terapias convencionais, como terapia de privação de andrógenos e quimioterapia.
Dos 166 pacientes com doença particularmente avançada, o tempo médio de sobrevida foi de 8,1 meses com pembrolizumabe (anticorpo humanizado usado na imunoterapia). No entanto, nove desses pacientes tiveram uma resposta dramática ao tratamento e viram seus tumores desaparecerem ou encolherem.
Quatro dos nove homens eram “super respondedores”, que ainda estavam em tratamento quando o estudo terminou, vivendo muito mais do que o esperado.
Os resultados são uma boa surpresa porque não se vê muita atividade do sistema imunológico nos tumores da próstata, o que já levou muitos oncologistas a pensaram que a imunoterapia não funcionaria para esse tipo de câncer. Mas o estudo mostrou o contrário: há uma proporção de homens com câncer em estágio final que pode responder, e muito bem, a esse tipo de alternativa.
Agora, os pesquisadores estão tentando descobrir exatamente por que esses “super respondedores” viram respostas tão dramáticas no pembrolizumabe quando o medicamento não funcionou para a maioria dos outros pacientes.
Há uma suspeita: no ano passado, os cientistas descobriram que homens com mutações nos genes de reparo do DNA responderam especialmente bem à imunoterapia. Isso pode guiar um ensaio clínico em larga escala para que a comunidade médica tenha mais certezas em relação a essa alternativa, sabendo mais adequadamente quais pacientes responderão ou não a esses medicamentos (que, infelizmente, são caros).
O trabalho, liderado por cientistas do Institute for Cancer Research, no Reino Unido, foi publicado na semana passada no Journal of Clinical Oncology. Vamos aguardar as próximas notícias!