A solução para mulheres atormentadas por infecções recorrentes do trato urinário está alcance das mãos. Pesquisadores da Universidade de Miami, na Flórida, comprovaram que beber muita água – cerca de 1,5 litros por dia, pelo menos – ameniza sensivelmente o problema.
Os benefícios da hidratação no combate a esse tipo de infecção são conhecidos há algum tempo. Só agora, porém, foram confirmados por meio de ensaios clínicos.
Publicado na última edição do periódico JAMA Internal Medicine, o estudo reuniu 140 mulheres europeias na pré-menopausa, todas com 3 ou mais episódios de cistite (inflamação da bexiga) no ano anterior, e as dividiu em 2 grupos. O primeiro foi orientado a consumir 1,5 L de água por dia (três garrafas de 0,5 L), além da ingestão habitual. Ao outro, recomendou-se manter a quantidade de líquido normalmente ingerida.
As participantes que beberam a água adicional tiveram uma redução de aproximadamente 50% no número de episódios crises.
Houve ainda uma queda significativa no uso de antibióticos entre as mulheres mais hidratadas. O medicamento, como se sabe, é o principal recurso utilizado no tratamento da doença, e evitar seu uso ao máximo é fundamental para conter o surgimento das bactérias chamadas resistentes, difíceis de serem combatidas.
A pesquisa não determinou a quantidade ideal de ingestão diária de água para diminuir o risco de infecções urinárias ou se o aumento da ingestão de água ajudaria as mulheres com perfil diferente do grupo escolhido. Ou seja, com quadros infecciosos menos recorrentes.
É importante ressaltar, de qualquer forma, que a água é a bebida preferida para a saúde geral da bexiga e dos rins. Isso porque, ao circular por esses órgãos, expulsa os micróbios nocivos ali presentes. Um bom parâmetro para se medir se a ingestão de água está suficiente é observar a coloração da urina. O xixi deve estar sempre bem claro e com cheiro suave.
E por que as infecções urinárias são mais recorrentes em mulheres?
A explicação, como já abordei por aqui, está no tamanho da uretra. Nelas, essa estrutura é curta, portanto muito mais próxima do ânus e da vagina, “portas” de entrada das bactérias que causam o problema.⠀
Os homens estão bem mais protegidos uma vez que a uretra masculina é até cinco vezes maior que a feminina. Os micróbios, portanto, não chegam à bexiga com facilidade.⠀