O acesso à cirurgia robótica está se ampliando em todo o país. Consolidada como opção de tratamento em estados como Rio de Janeiro, São Paulo e Recife, entre outros, essa tecnologia finalmente chega a Minas Gerais, no hospital Vila da Serra, em Belo Horizonte. Quem conhece o procedimento e sabe que ele acontece nos Estados Unidos desde o início dos anos 2000 se pergunta porque o robô demorou tanto para chegar por aqui.
A resposta está no alto investimento financeiro. Um dos principais limitadores para a aquisição de um equipamento pelos hospitais é o custo. Atualmente, o investimento para a importação do equipamento fica entre R$ 10 milhões e R$ 12 milhões, aproximadamente, sem as taxas de impostos. Além disso, o hospital precisa pagar uma anuidade de cerca de R$ 800 mil para a manutenção preventiva do robô. Se isto não bastasse, todas as pinças, óticas e outros insumos também precisam ser comprados a preços nada modestos.
No Brasil, os planos de saúde cobrem as cirurgias laparoscópicas, mas ainda não contemplam o uso da robótica. Recentemente, alguns convênios começaram a entender o benefício da tecnologia, com menor gasto com transfusões de sangue e menor período de internação, e começaram a cobrir total ou parcialmente os custos da cirurgia robótica. Alguns trabalhos também têm sugerido menor necessidade de complementar o tratamento do câncer de próstata com radioterapia após a prostatectomia robótica.
Na hora de fazer as contas e indagar quanto custa uma cirurgia robótica, também é preciso ter em mente os altos custos financeiros e emocionais do tratamento das seqüelas da cirurgia do câncer de próstata e lembrar que é possível reduzir todos esses custos com a utilização da tecnologia robótica. Não há mais dúvidas quantos aos seus inúmeros benefícios para os pacientes. Em pouco tempo, hospitais e convênios também perceberão o quanto ela pode ser benéfica para sua saúde financeira.
Atualmente a maior parte dos pacientes chega aos hospitais particulares bem informados e não se intimidam com a utilização dos robôs. Com a chance de voltar mais rapidamente à vida normal, eles não se incomodam em pagar a diferença de valor.
Assim, o que inicialmente parece caro, acaba sendo percebido pelos pacientes como um investimento na sua própria saúde. Os hospitais que adquiriram a plataforma robótica acabam investindo muito no treinamento e aperfeiçoamento de toda a equipe, e isto se traduz em maior segurança para os pacientes. Os hospitais também passam a controlar melhor os resultados da cirurgia, o que facilita reconhecer os problemas precocemente e trabalhar para a excelência.