Como já tive a oportunidade de explicar por aqui, na cirurgia robótica, quem opera é o médico, e não o robô. O que os braços eletrônicos fazem é reproduzir os movimentos realizados pelo cirurgião, que fica num console equipado com joysticks, visor 3D, entre outros recursos que permitem intervenções cirúrgicas mais precisas e menos invasivas.
E quem é que treina esse profissional? O proctor, função que, tenho o prazer de desenvolver e que me proporciona ainda mais horas de experiência a cada procedimento realizado .
A função do proctor é acompanhar profissionais menos experientes durante as cirurgias, garantindo elas sejam feitas com a máxima segurança e eficácia. O proctor, portanto, é um médico-instrutor, que assiste colegas recém-iniciados na cirurgia robótica por pelo menos 20 procedimentos.
Claro que, antes do treinamento prático, vem a toda a carga de conhecimentos que os cirurgiões precisam adquirir antes de trabalhar com as plataformas robóticas. A formação se inicia em um simulador, aparelho chamado de Mimic (opção mais conhecida no mercado até o momento). Equipado com todos os instrumentos que existem no robô real, ele permite ao “aluno” reproduzir todas as situações de uma intervenção cirúrgica real.
Uma vez que o Mimic atesta a expertise do profissional, ele é então certificado por centros de treinamentos situados nos Estados Unidos ou na Colômbia. Só de posse desse documento é que o especialista está liberado para realizar seus primeiros procedimentos.
Após auxiliar o cirurgião em seus primeiros 20 casos, o proctor o avalia e declara se ele está apto ou não a atuar sozinho, sem tutoria. Atuo como proctor dos hospitais Felício Rocho e Mater Dei. Minha satisfação em ajudar colegas no domínio desta técnica tão fascinante só é superada pela que sinto ao ver pacientes com a saúde e a qualidade de vida recuperadas depois de atravessarem cirurgias e tratamentos diversos 🙂
