Um exame simples, que se não for feito pode trazer consequências graves. O PSA, sigla para antígeno específico da próstata, foi considerado um grande avanço na detecção precoce do câncer de próstata no início dos anos de 1980.
Naquela época, o aumento significativo do número de exames fez com que os diagnósticos mais que dobrassem, passando de 100 para 237 casos, a cada 100 mil homens.
Isso porque, como toda doença silenciosa, o câncer de próstata só era detectado em estágios muito avançados, quando pouco ou nada poderia ser feito pelo paciente.
Com o passar dos anos, a doença se estabilizou, chegando a 4% da população masculina adulta americana. Porém, o que os pesquisadores observaram é que, entre 2003 e 2017, esse número dobrou, passando de 4% para 8%, o que poderia ter sido ocasionado pela redução dos exames de rastreamento populacional.
Dados do Estudo
O estudo foi realizado com dados coletados de mais de 100 mil casos de homens com câncer de próstata metastático, com base nos registros da Associação Norte-Americana de Câncer de 2002 a 2016.
Para os pesquisadores que conduziram o estudo apresentado no Simpósio de Câncer Genitourinário da ASCO, a diminuição de exames de rastreamento do câncer de próstata foi o que ocasionou esse aumento significativo da doença metastática. Nos estados americanos com maior redução de rastreamento, foram observados maiores aumentos no número de diagnósticos.
A lógica do aumento da doença metastática é inversamente proporcional aos casos de câncer. Ou seja, uma vez que o número de exames de PSA diminui, o diagnóstico de homens com câncer de próstata também tenderia a diminuir. Porém, os casos de câncer de próstata metastático aumentou, o que comprovaria que a falta dos testes seriam os responsáveis pelos casos mais graves da doença.
Para os pesquisadores, o desafio agora é identificar os pacientes com câncer prostático em estágio inicial da doença e tratá-los de maneira adequada.
Com relação ao rastreamento populacional, o teste de PSA ainda é uma questão controversa entre médicos e pesquisadores. Porém, todos os casos suspeitos devem ser avaliados individualmente a respeito dos benefícios dos exames preventivos.