O câncer de testículo é uma doença muito menos comum do que outros tumores do aparelho reprodutor masculino e, geralmente, atinge homens entre os 15 e 50 anos de idade. Existem alguns fatores associados à doença e nem todos eles estão sob o controle do paciente, como histórico familiar desse tipo de câncer, por exemplo.
Na maioria dos casos, o tratamento é bem sucedido principalmente quando o diagnóstico é precoce. Aí mesmo está um dos desafios, já que, nesta faixa etária, o homem não espera ser diagnosticado com nenhum tipo de câncer, muito menos de testículo, o que o afasta do tratamento adequado.
Outro desafio é o fato de que o tratamento mais indicado para esse tipo de tumor é uma orquiectomia radical, ou seja, a remoção do testículo afetado pela doença e a inserção de uma prótese no local. Assim como abordagens de preservação dos órgãos em outros tratamentos de câncer, esse mesmo interesse existe para tumores testiculares, especialmente quando se trata de doença bilateral.
Causas e fatores de risco do câncer de testículo
Não temos, ainda, uma causa exata estabelecida para o surgimento do câncer de testículo. Entretanto, existem alguns fatores associados ao desenvolvimento da doença e conhecê-los é importante para que o homem possa realizar o autoexame regularmente. Se notar algum caroço ou massa, é fundamental procurar ajuda médica.
Criptorquidia: Esse é o principal fator de risco associado a tumores testiculares, consistindo na permanência do testículo fora da bolsa escrotal, depois do nascimento. Estima-se que homens com essa anormalidade têm duas a oito vezes mais chances de ter a doença, e aproximadamente 5 a 10% dos homens com câncer testicular têm histórico de criptorquidia.
Histórico familiar: Ter pai ou irmão com câncer testicular também aumenta as chances de desenvolver a doença.
Diagnóstico prévio: Quem já teve câncer testicular tem aproximadamente 4% de chances de desenvolver a doença no outro testículo.
HIV positivo: De acordo com alguns estudos realizados nos anos 1990 e no começo dos anos 2000, homens infectados com o vírus do HIV também correm mais riscos de ter câncer testicular.
Tratamentos para câncer de testículo
O tratamento inicial de tumores testiculares é sempre cirúrgico. Na técnica tradicional, fazemos um pequeno corte no abdômen e o órgão é removido do saco escrotal por meio desta abertura. Depois da cirurgia, pode ser necessário investir em outros tratamentos coadjuvantes, como quimioterapia ou radioterapia.
Entretanto, muitas pesquisas têm sido realizadas para tornar a cirurgia preservadora de testículos uma possibilidade, compreendendo em quais casos essa técnica poderia ser interessante.
Considerando que a biópsia do tumor é realizada durante a cirurgia, vale ressaltar que nem todo crescimento anormal nos testículos é maligno. Massas não palpáveis e pequenas têm sido detectadas e apresentam menores chances de ser um tumor maligno. Considerando que 50 a 80% dos tumores com menos de 2 centímetros são benignos, uma técnica de preservação dos testículos pode ser uma opção.
Já em tumores malignos, existe uma grande preocupação com o risco de recorrência local, principalmente quando a doença é de células germinativas, mas já temos evidências de que a técnica de preservação de testículos é efetiva em casos bem específicos. Para tumores bilaterais, preservar esse órgão pode ser ainda mais importante.