Apesar da sexualidade ser um importante aspecto da vida adulta, ainda é um desafio, para muitos homens, procurar ajuda médica para lidar com as disfunções sexuaisl. Esses problemas atingem aproximadamente 31% da população masculina e podem estar relacionados à fatores sociais, psicológicos e fisiológicos.
A função sexual costuma envolver uma delicada coordenação entre diferentes sistemas do corpo: os hormônios e as vias neurológicas devem estar em sincronia para que o desejo sexual esteja presente. Depois, os vasos sanguíneos, nervos e estruturas penianas devem estar em bom funcionamento para o desenvolvimento e manutenção da ereção.
Os músculos e nervos possibilitam a ejaculação e o orgasmo, em si, envolve a coordenação de músculos e estruturas nervosas complexas. Geralmente, a disfunção sexual está associada a um ou mais elementos envolvidos nesses processos, podendo, inclusive, ser um sintoma de outro problema médico ou psicossocial. De qualquer forma, na maioria dos casos, é possível tratar a disfunção para que o homem recupere sua vida sexual.
O que é disfunção sexual masculina
Entendemos a disfunção sexual masculina como qualquer problema físico ou psicológico que impeça o homem ou sua parceira(o) sexual de ter prazer. É mais comum entre os mais velhos, apesar de afetar homens de todas as idades.
Os principais tipos de disfunção sexual são os seguintes:
- Disfunção erétil: dificuldade de ter ou de manter uma ereção;
- Ejaculação precoce: chegar ao orgasmo rápido demais;
- Ejaculação atrasada ou inibida: demorar ou não conseguir chegar ao orgasmo;
- Libido baixa: interesse reduzido no sexo.
Alguns homens podem apresentar mais de um tipo de disfunção sexual.
Os fatores envolvidos na disfunção sexual masculina
A maioria dos problemas sexuais ocorrem por uma combinação de fatores físicos ou psicológicos. Por exemplo, um homem que passou pela cirurgia de remoção da próstata pode encontrar dificuldades físicas de ter e manter a ereção, que, somados à ansiedade para ter uma boa performance sexual, resultam em disfunção erétil mesmo depois da reabilitação pós-cirúrgica.
Entretanto, é mais produtivo analisarmos, de acordo com o tipo de disfunção sexual, os fatores que podem estar causando ou agravando o problema:
Desinteresse no sexo
Frequentemente, a baixa libido ou desinteresse no sexo está associada a níveis baixos de testosterona, hormônio masculino responsável pelo desejo sexual, produção de esperma, massa muscular, cabelo e ossos.
Outras questões fisiológicas que podem causar uma diminuição na libido são diabetes, pressão alta e alguns tipos de medicação. Se você faz uso regular de algum fármaco, leia a bula e consulte seu médico para entender os possíveis efeitos colaterais.
Já os fatores psicológicos que podem causar desinteresse no sexo podem ser a depressão, ansiedade ou dificuldades no relacionamento.
Muitos homens ficam frustrados por terem notado uma mudança no desejo sexual após perder o emprego, um ente querido ou até mesmo após uma separação amorosa, o que pode ser um indicativo de que o paciente está vivendo um episódio de depressão ou crises de ansiedade. Vale a pena observar e, se for o necessário, procurar ajuda psicológica.
Ejaculação atrasada ou inibida
O orgasmo ainda é um fenômeno pouco compreendido pela ciência, entretanto, a dificuldade de chegar ao clímax sexual costuma estar associada à questões médicas crônicas, como a diabetes neuropática e a esclerose múltipla.
Homens que passaram por cirurgias genitais com complicações ou trauma na região pélvica também podem experienciar dificuldades para chegar ao orgasmo, devido a possíveis danos causados às estruturas nervosas da região.
Aspectos psicológicos também podem causar ejaculação atrasada, como dificuldades no relacionamento, depressão, estresse e ansiedade.
Homens que passaram pela prostatectomia radical, por exemplo, podem experienciar ejaculação retrógrada, em que, mesmo atingindo o orgasmo, a ejaculação é forçada de volta para a bexiga, e não até o final do pênis.
Ejaculação precoce
A ejaculação precoce pode ter diversas causas, mas, geralmente, está associada à questões neurológicas envolvendo as inervações para o trato seminal ou para a genitália. Além disso, fatores psicológicos como histórico de repressão sexual também podem estar envolvidos. Em muitos casos, a ejaculação precoce é causada por ansiedade de desempenho.
Disfunção erétil
A disfunção erétil está relacionada à diversos fatores, como distúrbios vasculares, condições crônicas como pressão alta, colesterol alto e diabetes, bem como hábitos de vida pouco saudáveis, como tabagismo, consumo de bebida alcoólica e sedentarismo.
Alterações hormonais como baixa testosterona também são comuns, principalmente nos casos em que o paciente consegue ter ereção, mas não o suficiente para atingir a penetração.
Pacientes que passaram pela cirurgia de remoção da próstata também podem experienciar disfunção erétil, já que os delicados nervos responsáveis pelo desenvolvimento e manutenção da ereção masculina podem ser danificados durante o procedimento.
Atualmente, existem diversas técnicas de preservação dos nervos, mas, ainda assim, pode levar um tempo até que o homem consiga recuperar a função sexual plenamente.
Por fim, questões psicológicas, como dificuldades no relacionamento, estresse e medo de não ter uma boa performance sexual também podem ser obstáculos para desenvolver e manter a ereção.