Numa sociedade culturalmente machista, cuidar-se é considerado uma atribuição feminina. E, como resultado dessa educação sexista de papéis sociais, homens acabam indo menos ao médico. Segundo dados do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, a cada três mortes de pessoas adultas, duas são de homens. Na faixa de 20 a 59 anos, além das causas externas, como acidentes de trânsito, entre as razões principais estão as doenças do aparelho circulatório e as neoplasias.
Confira quais são os problemas mais comuns entre os homens a partir dos 50 anos e como preveni-los:
- Obesidade
Segundo dados de 2017 do Ministério da Saúde, mais da metade dos brasileiros está acima do peso. Pesquisas apontam que o número de homens com obesidade no país é crescente. Entre as principais causas estão o sedentarismo e a má alimentação, baseada numa dieta rica em gordura e açúcar e pobre em frutas, legumes e verduras. A obesidade também está associada a outros fatores, como predisposição genética para aumento de peso, alterações do metabolismo, cultura e até mesmo aspectos psicológicos.
Esse distúrbio pode levar à complicações como diabetes, hipertensão, gota, problemas cardiovasculares e infertilidade. Para preveni-lo, você deve manter uma dieta equilibrada e praticar exercícios físicos regularmente. Cerca de 30 minutos diários de atividade já trazem benefícios para a sua vida. A prática leva também à redução do estresse e contribui no cuidado com sua saúde mental.
- Doenças cardiovasculares
Homens sofrem mais com doenças do coração. Esse fato está relacionado ao comportamento de risco do público masculino: sedentarismo, tabagismo, obesidade, estresse e fatores psicossociais. Eles também lidam com suas emoções de forma diferente das mulheres, o que leva ao aumento da pressão arterial.
Cerca de 300 mil brasileiros morrem de doenças cardiovasculares por ano. Estimativas da ONG Lado a Lado Pela Vida apontam que doenças vasculares fazem duas vezes mais vítimas do que o câncer. Entre as ocorrências mais comuns estão o Acidente Vascular cerebral (AVC), com 100 mil casos; seguido pelo infarto, com 85,9 mil casos. Doenças relacionadas à hipertensão chegam a 46,8 mil registros e 27,3 mil são de insuficiência cardíaca.
Entre as dicas do Ministério da Saúde para cuidar do coração estão:
– Ingerir fibras para reduzir os níveis de colesterol;
– Reduzir o consumo de sal para controlar a pressão arterial;
– Evitar bebidas alcoólicas e controlar o peso;
– Praticar exercícios físicos por, pelo menos, 30 minutos diariamente
– Consultar um médico regularmente
- Andropausa
Conhecida popularmente como andropausa, a Deficiência Androgênica do Envelhecimento Masculino (DAEM) é, basicamente, a redução da produção de testosterona. Normalmente, em torno de 12% a cada década de vida. Entre os sintomas da andropausa, os mais comuns são:
– Redução da resistência física;
– Diminuição da força e da massa muscular;
– Disfunção erétil;
– Redução da libido;
– Aumento da gordura visceral;
– Diminuição do número de ereções noturnas/matinais;
– Comprometimento da memória e funções cognitivas;
– Depressão e irritabilidade
Não existe um meio comprovado cientificamente de prevenir a andropausa. Para adiar o problema, é recomendado adotar hábitos saudáveis de vida. Uma dieta especial pode ajudar a aumentar os níveis de testosterona no organismo. Evite consumir açúcar e gorduras. Inclua peixes e frutos do mar no cardápio, além de carne vermelha magra, feijão, brócolis, repolho e couve-flor. Em casos mais avançados, pode ser recomendada a reposição hormonal.
- Incontinência urinária
No Brasil, 65% da população diz ter, ao menos, um sintoma como urgência ou necessidade de fazer força para urinar, aumento da frequência ou acordar durante a noite para ir ao banheiro. O levantamento é de uma pesquisa inédita da Astellas Farma Brasil, apresentada em setembro durante o Congresso Brasileiro de Urologia. As causas da incontinência em homens podem ser variadas. Em pessoas mais velhas, a incontinência pode originar-se do mau funcionamento da bexiga. Mas na maior parte dos casos, está associado à problemas da próstata. Assim, a melhor maneira de prevenir o distúrbio é fazendo o exame de toque retal a partir dos 50 anos. Aqueles que têm histórico de câncer de próstata na família, ou são da raça negra, devem procurar um especialista mais cedo, já aos 45.
- Impotência sexual
A incapacidade de ter ou manter o pênis ereto o suficiente para uma relação sexual satisfatória é um problema que pode acontecer ao longo da vida, mas é mais comum depois dos 40 anos de idade. Pode ocorrer tanto por questões físicas, como problemas hormonais, neurológicos e vasculares; quanto psicológicas. O abuso de bebida alcoólicas, o tabagismo e o uso de drogas também podem levar a esse quadro.
É importante lembrar que, para que o homem seja considerado impotente, é preciso que a incapacidade de manter a ereção seja habitual. Manter corpo e mente são favorece um melhor desempenho sexual.
- Câncer de próstata
O câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não-melanoma). Em estágio inicial a doença age de forma silenciosa. O crescimento da próstata a partir da quarta década da vida é comum em até 80% dos homens, mas é preciso ficar atento à alterações que podem sinalizar que algo está errado. Entre os sinais estão a micção frequente, a urgência para urinar, a impotência sexual, dor ou ardor durante a micção, diminuição do esperma, sangue no sêmen, dores na região lombar, gotejamento e jato fraco da urina.
Procure um urologista e faça o exame de toque retal e o PSA. A prevenção é a maneira mais eficiente de combater a doença.
De um modo geral, os problemas mais comuns entre os homens podem ser prevenidos com a adoção de hábitos mais saudáveis de vida, o que inclui a prática regular de exercícios físicos, uma alimentação adequada, não fumar e moderar a ingestão de bebidas alcoólicas. Além disso, é preciso fazer exames preventivos regularmente. Consulte um médico de sua confiança.
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