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Droga experimental estimula a autodestruição do câncer de próstata, diz estudo

O câncer de próstata mata mais de 17 mil pessoas por ano no Brasil. A doença é silenciosa e, muitas vezes, assintomática em seus estágios iniciais. Normalmente, o tumor de próstata responde bem aos tratamentos mas, em sua forma agressiva, a doença pode se espalhar rapidamente e atingir outros órgãos. Quadros de metástase têm pior prognóstico.

Mas pesquisadores da Universidade da Califórnia (UCSF), nos Estados Unidos, descobriram uma nova e promissora linha de ataque ao câncer de próstata agressivo. O grupo de pesquisa encontrou uma droga experimental que faz com que as células cancerosas se autodestruam sem prejudicar as saudáveis. O artigo foi publicado na revista Science Translational Medicine.

ESTRESSE CELULAR

O professor de urologia e farmacologia molecular da UCSF, David Ruggero, principal autor do estudo, explicou que a pesquisa explorou a resposta do câncer ao estresse celular:

Tumores são caracterizados pelo crescimento e multiplicação desordenada das células Em casos de metástases, para se reproduzir, há um gasto energético muito grande que levaria essas células à morte. O que as sustenta, servindo como combustível, é a produção de proteínas. Isso garante que o tumor continue se desenvolvendo.

Os pesquisadores examinaram 422 tumores extraídos cirurgicamente de pacientes com câncer de próstata. Eles chegaram à conclusão de que as células cancerosas desse tipo de tumor agressivo se “viciam” no processo de síntese proteica da P-eIF2a. Mas esse comportamento significa também sua autodestruição: quando em excesso no tecido tumoral, a proteína se torna tóxica e mata a célula. Em casos de metástases, moléculas especiais controlam esse “vício”.

Então, durante meses, os cientistas estudaram uma forma de reverter a ação dessas estruturas moleculares e, logo, provocar a autodestruição apenas das células tumorais. A equipe trabalhou com ratos manipulados geneticamente.

Eles conseguiram chegar ao resultado de uma droga experimental em que cânceres extremamente agressivos, que tinham mutações, exibiam taxas menores de síntese proteica comparado a tumores moderados com uma única variante.

O medicamento foi testado em ratos e, em três semanas, o tumor começou a diminuir e, depois de seis, não voltou a crescer. Os animais sem tratamento morreram em pouco tempo.

Normalmente, os medicamentos que matam as células tumorais, destroem também as células saudáveis. A droga experimental sai à frente justamente por não afetar as células normais. O estudo pode representar uma nova alternativa para pacientes com câncer resistente.

 

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